Fábrica de fertilizantes do Soyo arranca no segundo trimestre de 2027 e vai criar 4700 empregos numa primeira fase
Segundo o governo provincial do Zaire, em comunicado a que o VerAngola teve acesso, a fábrica vai ser capaz de produzir anualmente um total de 1.300.000 toneladas de ureia, cuja produção começará a partir do segundo trimestre de 2027, o que permitirá tornar o país auto-suficiente neste ramo.
No sítio do projecto – uma iniciativa do consórcio AMUFERT e que está em implementação na zona de Kintambi, numa área bruta de 152 hectares, cujos 45 para a instalação da fábrica – estão actualmente em curso "trabalhos de desmatação e compactação dos solos", que serão seguidos pela implementação da unidade fabril que, adianta a nota, vai gerar, numa primeira fase, 4700 postos de trabalho directos e indirectos, e outros 1200 empregos a serem gerado na na sua operacionalização.
Assim, esta Terça-feira, uma delegação composta por "representantes de bancos credores, investidores privados nacionais e estrangeiros e técnicos ligados ao projecto" fez uma constatação do "cronograma da implementação do projecto".
Acompanhados pelo governador provincial do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, a comitiva foi informada, de forma detalhada, acerca do andamento da obra, abrangendo as infra-estruturas acessórias.
Na ocasião, coube a Adriano Lams apresentar as acções já realizadas e as que ainda estão por realizar, tendo referido que já se fez a deslocação, reassentamento e compensação de 3500 famílias que estavam no local.
O responsável deixou ainda garantias de que "a fábrica entrará em pleno funcionamento no segundo trimestre de 2027, já com as suas infra-estruturas acessórias, como a energia eléctrica, água e gás, assim como de suporte logística, estas últimas a ser implantadas no porto comercial do Soyo", lê-se na nota.
Referiu igualmente a limpeza concretizada no terreno pelo Instituto Nacional de Desminagem (INAD), sem, no entanto, "ter encontrado algum tipo de engenho explosivo não detonado, assim como dos trabalhos de topografia, estudos de geotecnia e outros".
Adriano Lams realçou ainda o fornecimento, em termos anuais, à futura unidade fabril de "25 milhões de MMBTU/NG/Y de gás natural", cuja principal fonte será destinada à produção da ureia, bem como a "construção de um tapete rolante com cerca de oito quilómetros" que vai ligar a fábrica ao porto comercial do Soyo, no sentido de escoar os fertilizantes para os navios automaticamente.
Já o presidente do Conselho de Administração (PCA) do consórcio AMUFERT, Agostinho Kapaia, referiu que a visita serviu para constatar as infra-estruturas do empreendimento, o que está a ser feito, bem como "dar a força necessária para tornar o projecto uma realidade".
Quem também se pronunciou na ocasião foi Adriano Mendes de Carvalho. O governador do Zaire realçou que esta fábrica prevê gerar milhares de empregos, acabando por defender o "recrutamento da mão-de-obra local".
Além disso, acrescenta o comunicado, também "apelou para a necessidade do apoio às comunidades locais, no âmbito da política de responsabilidade social do consórcio da futura fábrica, com realce para o fomento da actividade desportiva, com destaque para o futebol".
O governador acredita no desenvolvimento social do Zaire, tendo em considerado o "volume de empreendimentos estruturantes em curso no Soyo e nas demais circunscrições" da província.
Sublinhou ainda que a "efectivação deste projecto de grande impacto socioeconómico faz jus ao lema: 'Zaire – Está Falar, Está Fazer, Está Mostrar' e contra factos não há argumentos".
Segundo a nota do governo provincial, por ano, o país importa aproximadamente 300 mil toneladas de fertilizantes para dar resposta às necessidades internas. No entanto, esta fábrica deverá produzir um excedente que poderá ser exportado.